Assistindo as
manifestações de pesar pela morte de Nelson Mandela, me perguntei como era
possível que há tão pouco tempo atrás existisse um regime oficial de “apartheid”,
onde seres humanos eram separados apenas pela cor da pele, e aceitávamos calados, como se natural fosse e nada tivéssemos com isso.
Nessa linha
de raciocínio, lembrei-me da escravidão ocorrida em tantas partes do mundo, não
só com os negros, mas com nações e tribos mais fracas, entre outras
desumanidades que a história conta. A força quase sempre é déspota e cruel.
Hão de me dizer
os mais pessimistas que “apartheid” ainda existe extra oficialmente, através de
preconceitos velados e mal disfarçados.
Pode ser, e
não se consegue transformar o coração de todas as pessoas, mas o preconceito hoje
é crime, e a parte ofendida pode afinal defender-se, o que já é um pequeno
avanço.
Entre outros convencionalismos
abusivos, pensei na quantidade de jovens que se perderam, ao serem expulsos de
casa por serem homossexuais e de tudo que sofreram dessa sociedade quadrada,
limitada e sem condescendência com os “diferentes”. Acredito que hoje, os
homossexuais são mais que aceitos e respeitados pelo que são como pessoas, e
não por sua orientação sexual. Congratulo com meus amigos corajosos que lutaram
por si mesmos e por seus direitos de assumirem-se apesar de tudo que sofreram, antes
de todas essas transformações.
Outra mudança
significativa, é que até pouco tempo (ao menos que eu saiba), pouca gente se
importava com os animais de rua doentes e abandonados e hoje existem centenas
de organizações e indivíduos lutando pela causa animal, pelo bem do planeta e
pela conscientização ambiental. Isso é bonito!
Temos muito
que evoluir, mas percebo que subimos um degrau. Pequenino ainda, mas sinto que
estamos, embora muito lentamente, apurando nossos corações, exercitando nossa
compreensão e aprendendo a lidar com as diferenças da maravilhosa raça humana.
Não quero parecer
uma otimista pueril sofrendo a influência desse “sentimentalismo de final de
ano” que costuma tomar conta de nossos corações, para logo no começo do ano
seguinte extinguir-se feito chama mal mantida. Eu acredito realmente que
estamos sutilmente evoluindo. Ao menos uma parte de nós.
Sei que
existe muita gente má ou mal orientada e ainda assistimos muita violência, nas
ruas, nos lares, nas guerras por religião, território ou poder, interesses
capitalistas e tantas outras desculpas indesculpáveis.
Ainda há tanta
gente abandonada, faminta, drogada, doente de corpo e alma. Ainda há tanto que
se fazer...
Mas existe
uma esperança se acreditarmos veementemente no Bem e assumirmos nossa fração de
obrigação para com a humanidade e ajudar a cuidar dessa gente mais precisada,
com um pouco mais de afeto, com um pouco mais de compaixão.
É tudo que o
mundo precisa agora: Compaixão.
E que no novo ano que se aproxima possamos ser um pouco melhores.
4 comentários:
ja reparou o quão esperançosos teimamos em ser?
2014 sera um ano melhor pra nós, esperançosos do mundo.
beijão, R.
Talvez não saiba, mas... sou uma esperançosa desesperançada... faço pelas crianças, bichos, idosos... por todos que eu puder abraçar ao meu redor... mas é difícil acreditar e aceitar que ainda existe fome no mundo. Inaceitável, uns com tanto, outros sem nada... Paula do Paulo
Eu sou irremediavelmente movida e motivada pela ESPERANÇA......ah se não fosse assim, nos dias de hoje, acho que não conseguiria viver neste mundo do jeito que está.Acredito, quero e preciso ser assim e na minha maneira de ver e sentir , espero contribuir de alguma maneira para melhorar este mundo doido que vivemos....esperança sempre!!!!!
Nós sempre temos que ter em conta a necessidade de expressar e escrever esse tipo de coisa que eu acho que eu em algum momento ser capaz de fazê-lo agora, porque não posso ir de férias porque eu encontrei uma Selecao exclusiva de apartamentos em Buenos Aires
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