quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Reflexões irrefletidas



      É certo que os dias atuais não passam mais como antigamente, eles voam.
Esse parece ser o consenso e tenho que dar minha ‘mão à palmatória’ que também ando a sentir esse apressamento dos tempos. Um diagnóstico de ligeireza se apossa de todos nós. Parece que adormecemos numa noite de janeiro e sem nos darmos conta, acordamos em dezembro com lembrança de ter um friozinho no meio. A sensação é de que mal começou o ano e já é hora de cantar “Adeus ano velho” outra vez.
Será que é apenas uma sensação? Hum...
Saibam que existem terríveis teorias conspiratórias de que a Terra anda dando suas voltinhas mais rápidas que antigamente e que o tempo está mesmo mais célere. Isso quer dizer que se tudo está mais rápido, nossa vida passa mais rápido também. Não sei se gostei disso... Só sei que quando acabo de guardar a última bolinha da árvore de natal, já é hora de montá-la de novo.
Pelo menos ainda lembro onde guardei...
Ando pensando em deixar tudo pronto ad infinitum, só para não ter mais essa trabalheira. Deixo tudo decorado o ano inteiro, inclusive o presépio, e pronto! É sempre Natal!
Pode parecer procrastinação de gente preguiçosa e é mesmo, pois já estou meio cansada dessa correria, e que tem alguma coisa muito errada tem...
Se for apenas uma percepção ilusória, o que sinceramente espero, é certo que pelo menos a velocidade da evolução tecnológica é real. Principalmente nos últimos anos.
Todo essa enrolação acima é para costurar um assunto que eu não sabia por onde começar e como minha lógica feminina me permite devaneios lá vou eu.
Só tem uma coisa que ficou mais lenta nesse nosso mundo: O nosso amadurecimento! 
Quer dizer, nossa forma de encarar a vida com as necessárias responsabilidades, assumindo os papéis que nos cabem. 
Maturidade, pura e simples!
       Observem comigo: Dia desses, eu li numa reportagem, que os cinquentões de hoje são os “trintinhas” de vinte anos atrás. Bom, cinquenta menos vinte é igual a trinta. A conta até que dá certo!
A verdade é que as pessoas de cinquenta anos hoje estão agindo como se tivessem trinta e dessa forma convivem, se vestem, se articulam, namoram, falam e vivem com mais alegria de juventude. Frequentam academias, comem bem, cuidam-se melhor, viajam e divertem-se mais... Uma geração sábia. Principalmente a mulherada.
Acho que se Balzac fosse vivo, hoje escreveria “Mulher de cinquenta anos”.
Voltando à reportagem, esta seguia dizendo que, como a expectativa de vida aumentou sobremaneira nas últimas décadas, a sensação de proximidade com a morte diminuiu e consequentemente modificou a atitude das pessoas, principalmente dos cinquentões.
Faz todo sentido!
Encontram-se mais pessoas de cinquenta anos (que há trinta anos atrás, prestes a se aposentar, se preparavam para ir jogar dominó de pijama na praça), que estão hoje procurando novos ofícios , viajando e recomeçando sob muitos aspectos.
Estar próximo dos cinquenta anos não dá mais aquela sensação de que é agora ou nunca. Passou a ser uma idade de plenitude.
Mas é claro que tudo tem seu lado ruim.
Não... Não sou chata, sou só libriana e gosto de analisar todos os lados das questões.
Se os “cinquentões” agem como se tivessem trinta, como agem estes? O que estaria acontecendo com os homens e mulheres de trinta anos?
Bom, as mulheres de trinta estão vorazes, invadindo ferozmente o mercado de trabalho, morando sozinhas, fazendo seu próprio caminho. Por quê? Ora porque não tem mais maridos disponíveis na faixa etária “adequada”.
Os homens de trinta anos?
Rá! Esses só vão completar os seus trinta anos mentais daqui a vinte anos, se seguirem a tendência e, portanto agem como se tivessem dez anos: Não querem mais se casar na idade ‘apropriada’ se é que existe isso, e querem continuar vivendo, comendo e dormindo na casa da mamãe.
Afinal são meninos ainda...
Os de vinte? Ora, esses mal acabaram de nascer...
Portanto, ficam esses meninos de trinta anos grudados na barra da saia da mãe com o aval do pai, por anos; Às vezes trabalham e outras nem isso. O fato é que não estão a fim de nada, muito menos de compromisso sério e de construir seu próprio lar.
Também... Para que? Ainda é cedo para se “amarrar”. Melhor curtir a vida e deixar para pensar nisso mais tarde. Depois dos quarenta, ou cinquenta...
Entretanto, tem certas coisas que a natureza não deixa barato.
Olha a libriana de novo...
Se uma mulher não tem filhos até os trinta e poucos anos, seu corpo começa a dificultar gradativamente a concepção. Então, num desespero talvez inconsciente, quiçá para a perpetuação da espécie, a mulherada sai tendo filhos através de produção independente. Isso já vem acontecendo há algum tempo.
Que fique claro que estou fazendo uma observação laica, já que não sou nenhuma analista do IBGE, mas o próprio apresentou um estudo de que famílias sem pai cresceram sobremaneira nas últimas décadas. 
Do meu lado, eu só fico observando os “meninos de trinta” e está mesmo muito esquisito.
A mãe compra a roupa, lava e passa também, além da comida. O pai empresta o carro, dá o dinheiro do motel, que ele guarda, pois “transa” com a namorada em casa mesmo, o que é permitido e até incentivado ao infante trintão com a desculpa de que é mais seguro, mais confortável e menos perigoso.
Para que, o pimpolho quer crescer?
Flávio Gikovate fez essa análise há tempos, observando que o que movia os garotos era a necessidade sexual, e por conta disso eles corriam atrás de um emprego, queriam  comprar um carro e ter dinheiro para sair com a namorada ou equivalente. Tudo pelo sexo que é a coisa mais importante na cabeça da maioria dos jovens.
Com tantas facilidades, conivência dos pais, emancipação das mulheres, não é preciso fazer muito. As meninas vêm até eles com os próprios carros, com a permissão dos pais delas e deles e nem é preciso ter emprego, nem sair a “caça”, nem nada.
Basta um quarto na casa dos pais e uns trocos de mesada para uma balada eventual. Até a bebida alcoólica os pais financiam com a desculpa da procedência e qualidade.
Melhor beber em casa...
Fala a verdade, casar pra quê?