Das coisas inúteis que o homem já inventou, algumas me despertam uma necessidade premente de investigação. Isso inclusive, me lembra uma crônica do Carpinejar, sobre a existência dispensável das capinhas de guarda-chuvas, que uma vez retiradas, quase nunca voltam ou cabem no seu lugar de origem. Totalmente desnecessárias a seu ver.
Óbvio que ele não conheceu a minha mãe, que tem a habilidade e a paciência de dobrar meticulosamente cada “aba” de seu guarda-chuva ou sombrinha, para depois recolocar na capinha, que, no caso dela, milagrosamente serve.
Assim, por esse aspecto, a capinha do guarda- chuva tem sua serventia, ao menos como objeto de terapia ocupacional.
Entretanto tem uma coisa que eu ainda não sei por que ‘cargas d’água’ foi inventada.
Alguém pode me dizer, para que serve a redinha que envolve o melão?
Sei que é “aparentemente” uma questão desimportante para muitos, mas ando sem conseguir dormir imaginando que existe uma indústria que se preocupa em fabricar esse “apetrecho”, se é que podemos chamar assim, para uma finalidade que desconheço.
Tá! Eu sei! Eu sei que é para envolver o melão...
Mas me pergunto: Para quê envolver o tal? E para quê alguém se preocupou em inventar a rede que envolve o melão, que não protege da sujeira, não facilita o transporte nem serve para coisa nenhuma?
Não sou de deixar barato mistérios “tão relevantes” quanto esse, e lá fui eu escarafunchar no “São Google” para ver se encontrava algum resultado; porque uma coisa é certa nessa vida: Toda pergunta que me faço, alguém já fez pela internet, e melhor ainda, alguém já respondeu.
Mas adivinhem?
Ninguém se interessou até hoje pela rede que envolve o melão!
Li diversos artigos sobre encaixotamento de melões, nomes de pesticidas próprios para os ditos, metodologia de embalagem, higiene e exportação. Tudo! Mas em nenhum momento, alguém sequer tocou no assunto da redinha.
Ando achando que deva ser um tabu, sabe?
Tipo daquelas coisas que todo mundo sabe, mas ninguém comenta, e não se deve perguntar...
Tornei-me quase especialista acerca do processo logístico de toda a cadeia produtiva do melão, desde seu plantio até o consumidor. Fiquei sabendo dos papelões de alta resistência que garantem a proteção e segurança da fruta até o ponto de venda.
Alias, aposto que vocês nem sabiam que existe toda uma tecnologia de aplicação de resinas especiais nas capas e tratamento do miolo que garantem resistência à umidade e baixas temperaturas. Li até sobre a possibilidade de rastreamento no transporte do produto que agora já estou achando ser uma fruta muito chique (já que é protegida até contra sequestros), além da garantia de adequação às condições de higiene e proteção.
Tinha um artigo que falava até das impressões variadas e sofisticadas dos Selos de Identificação, que agregam valor ao produto!
É agora, ou deveria ser, o momento em que se tocaria no tal assunto, e resolveria minhas dúvidas.
Onde é que se prega o tal do Selo?
Na casca ou na re... re...?
Nada!
Nem uma palavrinha sobre redinhas.
Estava quase a desistir do tema quando vi uma fotografia numa revista de moda, onde a modelo usava meias de rede, ou “arrastão” como são mais conhecidas, imortalizadas pelas dançarinas de “can-can” em Paris.
Lembrei-me imediatamente do melão.
Bingo!
A rede do melão é só uma questão estética criada por alguém com algum tipo de fetiche pelas pernas das dançarinas parisienses.
A fruta que usa ‘meia arrastão’ fica mais sensual e, portanto é mais cara.
Quem tiver uma versão melhor, que apresente!