segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Um tantinho de esperança...



Assistindo as manifestações de pesar pela morte de Nelson Mandela, me perguntei como era possível que há tão pouco tempo atrás existisse um regime oficial de “apartheid”, onde seres humanos eram separados apenas pela cor da pele, e aceitávamos calados, como se natural fosse e nada tivéssemos com isso.
Nessa linha de raciocínio, lembrei-me da escravidão ocorrida em tantas partes do mundo, não só com os negros, mas com nações e tribos mais fracas, entre outras desumanidades que a história conta. A força quase sempre é déspota e cruel.
Hão de me dizer os mais pessimistas que “apartheid” ainda existe extra oficialmente, através de preconceitos velados e mal disfarçados.
Pode ser, e não se consegue transformar o coração de todas as pessoas, mas o preconceito hoje é crime, e a parte ofendida pode afinal defender-se, o que já é um pequeno avanço.
Entre outros convencionalismos abusivos, pensei na quantidade de jovens que se perderam, ao serem expulsos de casa por serem homossexuais e de tudo que sofreram dessa sociedade quadrada, limitada e sem condescendência com os “diferentes”. Acredito que hoje, os homossexuais são mais que aceitos e respeitados pelo que são como pessoas, e não por sua orientação sexual. Congratulo com meus amigos corajosos que lutaram por si mesmos e por seus direitos de assumirem-se apesar de tudo que sofreram, antes de todas essas transformações.
Outra mudança significativa, é que até pouco tempo (ao menos que eu saiba), pouca gente se importava com os animais de rua doentes e abandonados e hoje existem centenas de organizações e indivíduos lutando pela causa animal, pelo bem do planeta e pela conscientização ambiental. Isso é bonito!
Temos muito que evoluir, mas percebo que subimos um degrau. Pequenino ainda, mas sinto que estamos, embora muito lentamente, apurando nossos corações, exercitando nossa compreensão e aprendendo a lidar com as diferenças da maravilhosa raça humana.
Não quero parecer uma otimista pueril sofrendo a influência desse “sentimentalismo de final de ano” que costuma tomar conta de nossos corações, para logo no começo do ano seguinte extinguir-se feito chama mal mantida. Eu acredito realmente que estamos sutilmente evoluindo. Ao menos uma parte de nós.
Sei que existe muita gente má ou mal orientada e ainda assistimos muita violência, nas ruas, nos lares, nas guerras por religião, território ou poder, interesses capitalistas e tantas outras desculpas indesculpáveis.
Ainda há tanta gente abandonada, faminta, drogada, doente de corpo e alma. Ainda há tanto que se fazer...
Mas existe uma esperança se acreditarmos veementemente no Bem e assumirmos nossa fração de obrigação para com a humanidade e ajudar a cuidar dessa gente mais precisada, com um pouco mais de afeto, com um pouco mais de compaixão.


É tudo que o mundo precisa agora: Compaixão. 
E que no novo ano que se aproxima possamos ser um pouco melhores.