segunda-feira, 3 de outubro de 2011

A[hu]MOR

Renato Aragão - Imagem do Google


Hoje é dia de conselho!
Meu amigo, minha amiga, se você tem verve humorística, não se case nem tenha filhos!
Jamais!
A menos é claro, que seu parceiro ou parceira tenha se apaixonado por você exatamente pelo seu senso de humor e não por outro motivo, ou tenha lhe conhecido sabendo dessa sua “aptidão” e aceite incondicionalmente.
A grande exceção é quando o talento para o humor traz benefícios financeiros, e nesse caso (e só assim), será benquisto.
Em qualquer outra situação você será inconivente para os seus, que farão de tudo para anular a sua propensão à gracinhas e não existe nada para deixar uma criatura mais sem graça do que um cônjuge, exceto é claro, filhos!
Não importa se você é a pessoa mais hilária do planeta e o quão espirituosa tenha sido a vida inteira.
Não importa se as pessoas adoram ouvir suas pilhérias e que suas piadas são super engraçadas.
Cônjuges e filhos provavelmente não vão gostar e como disse antes, filhos são censores ainda piores que os parceiros no quesito “humor”. Depois que atingem certa idade (por volta dos oito ou nove anos), passam a achar que os pais não têm nenhuma graça, e estes, constrangidos, passam mesmo a se sentir desajeitados e desagradáveis.
Difícil entender os filhos, porque quando eles têm entre três e sete anos de idade, somos praticamente uns bufões e qualquer gracejo nosso, desperta as mais gostosas gargalhadas nas criaturinhas. Ô coisa boa!
Tudo bem... Eu acho que nos acostumamos ao sucesso e, quando este acaba, ficamos saudosos e até meio rancorosos, eu diria.
Falando especificamente do meu caso, eu me lembro de que quando minha filha era pequenininha, me via como uma combinação de Xuxa com Didi.
Linda e engraçada! Eu era demais, gente!
Mas meu talento para a comédia foi diminuindo na proporção inversa aos aniversários da pequena, até que, em algum momento (que não me dei conta), devo ter me tornado uma pessoa capaz de envergonhá-la. Tipo: bêbado em velório, “manja”?
Claro que não desisti facilmente já que minha propensão ao humor estava sempre se impondo, mas esse “bulling” filial tornou-se tão avassalador que acabou por fazer-me esquecer de todas as piadas que sabia. Até das mais infames e ordinárias, dessas que todo mundo sabe, além de minar minha criatividade.
Dei-me por vencida, pois se insistisse mais um pouco acabaria perdendo a guarda da menina.
Só passei a me sentir “menos pior”, quando percebi que era assim com todos os adolescentes: Pais são sinônimos de “mico”.
Pelos filhos, pai e mãe jamais abririam a boca na frente de um colega e de preferência, seriam cegos e surdos também. Aliás, se fossem robôs, o vexame seria menor.
Não posso me esquecer do início dessa crônica, onde comentava sobre os cônjuges e aproveitando-me da experiência de ser mulher, alerto as meninas de plantão, que uma esposa fazendo gracinha é humilhação que justifica um “haraquiri” para a grande maioria dos maridos. Acreditem!
Só a esposa alheia é engraçada! Estas podem falar besteiras, contar piadas bobas, dar vexames, dançar esquisito, etc., que só pelo fato de serem  esposas de alguém, serão consideradas divertidas e até espirituosas.
Mas, se por uma eventualidade do destino, a protagonista de fato similar for você, prepare-se para o pior!
No mínimo uma semana de mutismo total, com risco de exílio voluntário do fulano para a casa da mãe, ou pior, a sua substituição sumária.
Nesse aspecto, as mulheres são muito mais condescendentes, pois conseguem lidar com esses embaraços com mais complacência. Talvez sejam mais dissimuladas...
Eu, do meu lado, nem me importaria de ter um parceiro palhaço. Melhor que um político.

6 comentários:

*♡* Jane Dos Anjos *☆* disse...

Ha! Rossana, MARAVILHOSO texto, eu sou uma palahaça nata, falo alto. faço graça e adoro dar risadas, mais em questão de filho, graças a Deus não sofri ainda disso que vc mencionou no texto, meu menino tem 10 anos e adorar minhas palhaçadas e quando vou na escola ele faz questão que eu participe de tudo e sempre diz aos amigos que sou um maximo de mãe, já minha caçila que tem 5 anos, já tem vergonha, mais ela tem vergoha de tudo até dela mesma.
Já maridooooo... olha vou te falar viu, ele até acha legal meu modo de ver a vida, o poblema é que eu falo alto e rio alto, mais não é que seja falta de educação, é meu jeito, jeito que cada um tem e adoro musicas pop e falo dos meus ciumes por ele e todos riem e ele começa a ficar com a cara fechada, daí viro pra ele e falo: E nem adianta fazer essa cara se não, não tem mais tarde!
Pronto aquilo ali é pra cabar com ele... kkkkkkkk... chegando em casa quer chamar minha atenção e digo pra ele: leva na boa cara!!

Bjs

Anttonioarq disse...

Ótima observação Rossana. Saiba que filhos, sempre acharão os pais um mico; sendo eles palhaços ou não... Agora, nunca deixe de demonstrar este humor; eles irão entender, mais cedo e mais tarde. Mas sobre esta questão do humor é uma coisa que não abro mão. Sempre me dou melhor com as pessoas de bom humor. Em qualquer relação que se estabeleça (amizade, casamento), há que se prevalecer no humor em tudo. É o que fica entre as pessoas; é o que os une tbm. Na minha observação, sobre o poema de Vinicius de Moraes "Receita de mulher", coloquei um ingrediente a mais; o tempero de toda esta receita é o humor e a simpatia. Sem este tempero, nenhuma beleza se sustenta. Mais uma vez, parabéns!!

Unknown disse...

Não dei sorte!

Sou uma palhaça com um perverso mo meu pé;

SOCORRO!

Beijão

Mirze

Mário Lopes disse...

São deliciosas as tuas crónicas...E sim, têm a graciosidade natural que o teu pai imprimia às dele. Lá em cima ele está sorrindo para ti, Rossana.

Beijo terno.

cristinasiqueira disse...

Oi Ross,

Saudade de vc.De sabê-la em crônicas,de sentí-la em versos.
Vou passando...
Espero vc no meu canto ,depois de um tempo alongado,postei agora.
Apareça.

Beijos,

Cris

cristinasiqueira disse...

Eu de novo.
Li todas as crônicas e ADOREI,vc tem que explorar esta veia de humor,este
jeito de dar rumo a prosa com estilo próprio.Adorei mesmo.
Beijos,

Cris